A importância de estabelecer
regras ainda gera muitas duvidas entre pais e educadores. Questionamentos como:
Quais regras devem ser estabelecidas? Como devem ser executadas? Quais punições
podem ser usadas? O que acontece se não houver regras? Ameaçar adianta? Podemos
presentear o comportamento adequado?
Estão presentes na vida da família, principalmente para pais de primeira
viagem.
Estabelecer regras nas relações
familiares e escolares é muito importante e necessário, gerando um
relacionamento adequado e respeitoso entre aqueles que convivem no mesmo
ambiente. Sendo assim, é aconselhável o estabelecimento de regras, mas no
primeiro momento poucas, para que a criança consiga entender e obedecer. Essas
regras devem ser claras e flexíveis.
Quando os pais ou educadores
estabelecem regras muito rígidas e difíceis de serem cumpridos (arrume o quarto,
lave as vasilhas, junte os brinquedos, faça tarefa, dentre outros) os filhos ou
alunos não dão muita atenção, ignorando ou burlando-as, ou seja, a chances de fracassar
é grande. Na maioria das vezes as crianças não foram preparadas para essas
tarefas, e diante de muitas atividades a serem feitas procuram manipular
emocionalmente seus pais e educadores para provocar “pena” e se livrar da
regra.
O ideal é estabelecer novas regras
gradualmente e só depois que a primeira regra já estiver sendo cumprida
diariamente. A regra deve ser estabelecida por meio de instruções, o
responsável deve orientar a criança como esta deve ser executada (ex: a mãe
deseja que o filho arrume a cama, então ela irá ajuda-lo mostrando como deve
ser feito), quando (em qual horário deve ser cumprida) e onde (em casa ou na
escola, etc.). Lembrando que é importante elogiar a criança pelo cumprimento da
regra. Deve-se motiva-la na hora da execução “isso mesmo, parabéns” “você está
indo muito bem”.
A regra deve ser avaliada se está adequada
para o dia e horário a ser cumprida. Vejamos um exemplo: a mãe estabelece que o
adolescente chegue em casa aos sábados 22:00, mas o filho desrespeita a regra. Como vimos
anteriormente às regras rígidas dificilmente serão cumpridas. No exemplo acima,
para esse adolescente essa regra mostrou ser irreal, finais de semana é
aconselhável que os pais sejam mais flexíveis para a regra ser considerada
adequada. É normal pais ficarem preocupados com a saída dos filhos para festas,
etc. sendo assim é aconselhável organizar formas para buscar os filhos no
horário estabelecido.
E quando a regra não é cumprida?
O castigo pode ser estabelecido
quando a regra não for cumprida, para isso, pais e educadores devem explicar o
que será feito caso a regra seja desrespeitada, “se você não guardar os
brinquedos vai ficar dois dias sem celular”, o castigo deve ser cumprido logo
após o comportamento inadequado. Certifique-se que você consiga “fazer cumprir
a regra”, ou seja, supervisionar que o castigo está sendo cumprido, ter postura
firme, consenso de ambos os pais sobre a aplicação do castigo, estes não podem
tirar a autoridade do outro na frente do filho, não utilizar punições muito
severas (ficar um mês sem sair de casa). Tais castigos podem se tornar ameaça
para os filhos dificultando o cumprimento. A ameaça desafia a criança e não
controla o comportamento inadequado.
As regras ensinam os filhos a
serem pessoas melhores, com valores morais e éticos, respeitando os direitos humanos,
às pessoas e às instituições. Quando os pais relaxam no cumprimento das regras
estão ensinando os filhos a desrespeitar as regras e a autoridade,
desenvolvendo insegurança do que é certo ou errado, e desenvolvendo crianças
“malcriadas”. A falta de regras traz muitos prejuízos para a criança e para as
pessoas que convivem com ela, podem se tornar jovens antissociais, agressivos e
ate mesmo marginais.
Referência
Gomide, P. I. C. (2004). Pais
presentes, pais ausentes – regras e limites. (3ª ed) Petrópolis, RJ.
Editora Vozes.
-------
Sobre a
autora:
Mylena
Moreira Melo, Psicóloga (CRP 09/11177) graduada pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (Brasil), psicoterapeuta de crianças,
adolescentes e adultos, atua com ênfase na Psicologia Comportamental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário