Você já se sentiu cansado por fazer várias
coisas ao mesmo tempo e no final se sentir insatisfeito pelo resultado
esperado? Ou por algum momento pensou, quanto mais se dispor a fazer, mais
produtivo será? Foi por essas e outras perguntas que tive a ideia de escrever
esse texto, quando li um livro que se chama Essencialismo
me deu a luz para esses questionamentos.
Uma das primeiras perguntas do livro é: “Estou
investindo nas atividades certas?” Se eu foco em 10 atividades que precisam ser
feitas, distribuo minhas energias em todas elas, na tentativa de realizá-las.
Mas, entre o resultado esperado e o resultado colhido existe uma distância, e
isso pode causar cansaço, frustração ou até insatisfação por não ter alcançado
o resultado esperado e acaba gerando um desânimo para execução de outras tarefas.
Se a pessoa foca em determinado trabalho, ela vai direcionar toda sua energia na
execução daquela ocupação e isso pode ser mais satisfatório e motivador para se
continuar fazendo outras ocupações. Nem sempre seguir o fluxo é um caminho
inteligente, pois a maioria das pessoas vai pelo pensamento, de que precisam
fazer mil coisas para serem produtivas. A maioria já ouviu falar no princípio
de Pareto ou princípio 80/20. Essa ideia foi apresentada na década de 1790 por
Vilfredo Pareto, que determinou que 20% do nosso esforço produz 80% dos
resultados.
Esse livro me ensinou que somos punidos com o
bom comportamento de dizer não, algumas pessoas têm dificuldade não só em dar,
mas também de receber um “não”. E muitas vezes, acabam levando para o pessoal.
Mas também, somos recompensados com mau comportamento de dizer sim, no sentido
de, ao dizer sim para tudo e para todos não consigo estabelecer limites como,
até onde eu consigo ir ou fazer. Como
diz o autor Greg Mckeown, é um paradoxo do sucesso, e que se não estabelecermos
prioridades alguém fará isso por nós. Quando perdemos a capacidade de filtrar o
que é importante e o que não é, falhamos nas decisões que precisam ser tomadas.
E quanto mais nós somos forçados a fazer escolhas, mais a qualidade das
decisões se deteriora.
Faço-te uma pergunta: Suas atividades estão
alinhadas com que você pretende alcançar? Aqui entra uma questão importante, sem
clareza e propósito, buscar algo só porque é bom não é o suficiente para você
chegar ao topo. Suas atividades não podem te tirar do foco que você
estabeleceu. Se pudéssemos ser excelente numa só coisa, qual seria?
Por isso, quero falar sobre três passos que
podem te ajudar nesse caminho, do quanto menos, melhor.
1º Passo:
Explorar. Discernir as muitas trivialidades do
pouco que é vital. Nesse passo você pode pensar em: O que me inspira
profundamente? Qual é o meu talento especial?
2º Passo:
Eliminar. Excluir as muitas coisas triviais.
Isso significa dizer não a alguém e isso implica em muitas vezes ir contra as
expectativas sociais. Falar sim a uma oportunidade exige comunicar não à várias
outras. Para isso, você precisa de coragem e delicadeza. As pessoas respeitam e
admiram quem é corajoso e quem sabe expressar a palavra não. Aqui, lembro do
exemplo de Jesus, quando diz em Mt 16:25 “Porque aquele que quiser salvar a sua
vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, encontrá-la-á”.
É preciso perder
para ganhar, e para isso é necessário abrir mão de certas coisas. Se
abandonarmos nosso direito de escolher, os outros farão isso por nós. Lembre-se
quando o sim,parece duvidoso é não.
Eliminar os pedidos não essenciais é
primordial para fazer o que realmente importa.
3º Passo: Executar. Remover obstáculos para que a execução quase
não exija esforço. Como diz Vitor Hugo, dramaturgo romancista francês: Nada é
mais poderoso do que uma ideia cuja hora chegou. Tudo muda quando nos
permitimos ser mais seletivos no que optamos fazer. Isso nos dá uma sensação de
liberdade, quando aprendemos que podemos eliminar o que não é essencial, que
não somos mais controlados pelos interesses dos outros e que temos como
escolher. Como diria Madeleine L’ Engle é a capacidade de escolher que nos
torna humanos.
Mary Oliver tem
uma interrogação que gosto muito: Diga-me o que planeja fazer com sua vida
única, fantástica e misteriosa? Responder essa pergunta exige um tempo para
pensar. Termino esse pequeno texto dizendo “Escolho fazer”, “Só poucas coisas
realmente importam”, e “Posso fazer de tudo, mas não tudo” ninguém consegue
fazer várias coisas, bem feitas ao mesmo tempo se sentindo realizado pelo
resultado final.Portanto, avalie mais para fazer menos, pois quanto mais rápida
e assoberbada é a vida, mais precisamos encontrar tempo para pensar. Um dia
descobrimos que não somos como todo mundo e quando identificamos corretamente o
que mais importa e investimos tempo e energia nisso, fica difícil lamentar as
escolhas feitas. Sentimos orgulho da vida que escolhemos ter.
-------
Sobre a autora:
Thaís Ribeiro De Sousa Rodrigues, psicóloga
(CRP 09/11995) graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil),
atende, adolescentes e adultos. Pós-graduanda em Gestalt-terapia, é
palestrante, tendo atuado no Centro de Referência Estadual da Igualdade (CREI)
com atendimento as vítimas de violência doméstica e diversidade sexual.
Consultora organizacional no Instituto Psicologia Goiânia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário