Para que os pais consigam ensinar os filhos a serem
independentes é necessário dar oportunidades para que eles façam coisas
sozinhos, permitindo que eles resolvam os seus próprios problemas, que aprendam
com os seus próprios erros, assim que forem capazes.
Quando as crianças são muito dependentes de seus pais
começam a surgir vários sentimentos, como: sentimento de abandono, inutilidade,
frustração e raiva. É claro que os pais devem ensinar seus filhos, tem muitas
coisas para contar de suas experiências, mas não devem fazer por eles o que
eles são capazes de fazer sozinho.
Para incentivar a autonomia das crianças é preciso
deixar que eles façam suas escolhas, por exemplo: a criança pode escolher a
roupa que quer usar, se quer fazer a tarefa de casa antes ou depois do jantar.
Essas escolhas dão à criança uma prática em tomar decisões.
Demonstre respeito pelo esforço da criança, quando ela
estiver fazendo a tarefa de casa mesmo com dificuldade, valorize o esforço
dela, pois quando o esforço da criança é respeitado, ela se encoraja para
realizar outras atividades.
Não se apresse em dar respostas, quando a criança te
pergunta sobre alguma coisa, antes de responder, devolva a pergunta para ela,
por exemplo: se a criança perguntar de onde vem a chuva? Responda: é uma
pergunta interessante, o que você acha? Desta forma a criança vai explorar suas
próprias respostas, vai começar a pensar nas coisas de outra forma.
É necessário incentivar as crianças a procurarem
respostas fora de casa também, os pais não querem os filhos totalmente
dependente deles, eles podem aprender com outras pessoas também, com um amigo
da escola, com um professor, todos podem contribuir com a criança na busca de
soluções de problemas.
Não tire as esperanças das crianças, permita que elas
explorem e experimentem as coisas, que tenham suas próprias experiências. Ao
tentar proteger os filhos de desapontamentos, os pais acabam impedindo que eles
lutem, que tenham sonhos e que realizem esses sonhos.
Toda vez que ouvimos os sentimentos da criança,
compartilhamos os nossos sentimos com ela, ou quando a ajudamos a solucionar os
seus problemas, estamos incentivando a sua autoconfiança. É importante
encontrar a linguagem para encorajar as crianças a autonomia.
Com a correria do dia-a-dia é difícil colocar tudo
isso em prática, sem perceber os pais acordam as crianças para a escola, fala o
que elas têm que comer de café da manhã, o que elas vão vestir, colocam seus
sapatos porque parece mais fácil e rápido fazer por eles.
Quando os pais dão a solução dos problemas para os
filhos eles podem se sentir irritados por achar que os pais não acham que ele é
capaz de pensar sozinho ou por não querer que o pai diga o que ele tem que
fazer o tempo todo. Quando a criança descobre sozinho o que quer fazer, aumenta
a sua autoconfiança e ela passa a assumir a responsabilidade pela sua decisão.
Os pais não devem ignorar os problemas de seus filhos,
mas é preciso ter um equilíbrio entre ignorar o problema e querer resolver o
problema pela criança. O que os pais podem fazer é ajudar os filhos a clarear
os seus pensamentos e sentimentos, apontar recursos que ele pode usar para
resolver o problema ou devolver o problema com uma pergunta para que eles
pensem em uma solução melhor.
Referência
Faber, A., &Mazlish, E. (2003). Como falar para seu filho ouvir e como ouvir
para seu filho falar (4ª ed). São Paulo: Summus Editorial.
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Sobre a autora
Alessandra
Magalhães Paraízo Borges (CRP
09/11136), psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás
(Brasil), com especialização em Terapia Analítico Comportamental pelo IGAC
(Brasil), cursando especialização Analítico Comportamental Infantil pelo
Instituto Skinner (Brasil). Atende crianças e adolescentes, com ênfase na
Análise do Comportamento.
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