Um sociólogo polonês chamado Zygmunt
Bauman escreveu sobre o momento atual da nossa história “modernidade líquida”,
os tempos são “líquidos”, ou seja,tudo está mudando rapidamente, nada é feito
para durar, para ser “sólido”. Vivemos em uma geração que as pessoas
“descartam” as outras facilmente, “não serve mais, tchau!” e antigamente as
coisas eram diferentes, os relacionamentos eram para a vida inteira. Hoje vivemos
em relações líquidas e com isso o grau de insegurança nos relacionamentos vem
aumentando.
A insegurança é um estado emocional
causado pelo medo, o medo de fracassos, de ser rejeitado, criticado, de se
frustrar e de perder alguém importante. A insegurança traz uma sensação de
inferioridade. Normalmente as pessoas inseguras sentem que não são boas o
suficiente para determinada atividade ou para determinada pessoa, ficam com
medo de desagradar todos que estão a sua volta, não se sentem amadas, aceitas e
reconhecidas mesmo se a realidade mostrar o contrário.
O medo é um estado emocional que
todos nós sentimos e ele é necessário para nossa sobrevivência, pois
protegem-nos de possíveis perigos e nos faz pensar melhor antes de agir.
Entretanto, é importante saber controlar o medo para ele não se tornar um
problema na nossa vida.
Em um relacionamento amoroso, a
insegurança é acompanhada de medos irreais, ciúmes, carência afetiva, histórias
fantasiosas, dentre outros, que
atrapalham uma convivência boa e saudável. Geralmente essa insegurança nos
relacionamentos manifesta-se por meio de acusações e reclamações como
infidelidade ou falta de carinho.
As sensações de insegurança estão
relacionadas com as frustrações vivenciadas ao longo da vida. Os estímulos
recebidos durante a infância, a falta de atenção dos pais aos bons
comportamentos dos filhos, o excesso de críticas e a comparação influenciam no
desenvolvimento de crenças limitantes e destrutivas e as experiências da vida
adulta, como por exemplo,uma traição também interfere nesse sentimento.
A insegurança no relacionamento
muitas vezes está relacionada ao medo do parceiro acabar com a relação ou
procurar outra pessoa. Na maioria
das vezes essa insegurança é desnecessária e acaba interferindo de forma
negativa na relação. Esse estado emocional também está associado a perda de
controle e a baixa autoestima.
Para entender melhor a insegurança
é necessário analisar a história de vida dessa pessoa, a infância, os
relacionamentos passados e em que situações apresentou esses sentimentos.
Lembrando também que a insegurança pode ser consequência de pequenos sinais que
a pessoa vai percebendo ao longo do relacionamento: uma resposta atravessada
aqui, um jeito diferente de olhar ali, uma estranha impaciência que antes não
existia, etc.,o que acontece na maioria dos relacionamentos.
Então, vamos parar com essas
“paranoias” e trabalhar esse sentimento de insegurança a fim de melhorar o seu
relacionamento e a sua qualidade de vida?
Bom, o primeiro passo é questionar a sua insegurança - quais
situações você fica inseguro? Avalie se há justificativa real para se sentir assim.
Perceba que muitos medos não são reais e que outros são menores do que você
imagina. Se for preciso converse com seu parceiro, diga a ele (a) de forma
assertiva que atitudes dele (a) estão te deixando insegura (o).
Segundo passo: Invista em você e se valorize - perceba como você se enxerga, anote
suas virtudes, suas competências, suas fragilidades e a sua capacidade de
gostar de si mesmo. Procure fazer o que gosta.
Terceiro passo: Cuide dos seus relacionamentos - não
descarte as pessoas. Como foi falado anteriormente, vivemos em relações líquidas,
onde as pessoas estão sendo descartadas facilmente, procure fazer diferente,
invista no seu relacionamento, tente, faça a sua parte e não desista no
primeiro obstáculo.
Quarto passo: Pare de se comparar com os outros - Uma das coisas que mais aumenta
a insegurança é a comparação com o outro, todas as vezes que você se compara a alguém, você acaba anulando suas
qualidades, então PARE! Compare apensas com VOCÊ mesmo!
Quinto passo: Dê um basta no “Será que...” - (ex: será que ele gosta de mim? será
que ele está me traindo?)isso só vai criar fantasias na sua cabecinha e vai
começar a tratar mal o parceiro.
E por fim, o último passo: Faça a sua parte e não fique esperando que
as coisas aconteçam - não espere que seu(a) parceiro(a) faça as coisas que
você acha que ele deva fazer, faça a sua parte e tenha a consciência limpa, a
única coisa que você tem controle é sobre seus comportamentos, então foque
neles para promover mudanças em seu ambiente.
E é isso, espero que estas dicas
contribuam para a superação desse problema, mas se ainda for difícil, estarei
pronta para ajudar.
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Sobre a
autora:
Mylena Moreira Melo (CRP 09/11177), psicóloga graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), com ênfase em psicoterapia
comportamental, possui experiência no atendimento infanto-juvenil e adulto.
Pós-graduanda em Psicoterapia Analítico-Comportamental pelo Instituto Goiano de
Análise do Comportamento (IGAC) (Brasil) e em Psicologia do Trânsito pela
Faculdade Unyleya (Brasil). Psicóloga Clínica do Instituto Psicologia Goiânia.
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