A prática da palmada é milenar, mas hoje em dia esta
prática vem sendo condenada. Na maioria
das vezes os pais batem nos filhos com raiva, nesse momento o que menos importa
é o caráter educativo ou o modo disciplinar utilizado. Ao bater, podem também
falar palavrões ou agredir verbalmente o filho, desta forma a criança não irá
aprender que o seu comportamento está inadequado, e sim pensar que ela é
errada. Ao colocá-las de castigo quando estão raiva ou xingando, fazem com que
a autoestima da criança diminua, tornando-a insegura.
Os pais acham que batendo na criança estão ensinando
algo para ela, que estão mudando o seu comportamento inadequado, mas na
verdade, este comportamento acaba somente na hora da palmada, podendo se repetir,
talvez não na presença dos pais, mas na presença de outras pessoas, pois a
punição geralmente só é capaz de controlar o comportamento diante daquele que
pune.
A criança não aprende que não deve se comportar
daquela forma, aprende que não é para ter tal comportamento diante dos pais. Os
pais acabam ficando decepcionados e se arrependem de ter batido no filho, mas
às vezes não sabem outra forma de educar a criança.
As crianças que apanham com muita frequência podem se
tornar apáticas, medrosas ou desinteressadas, não conseguem discriminar o certo
do errado em seu comportamento, seus pais passam a provocar medo e não
respeito, a criança pode ficar mais quieta para tentar evitar apanhar
novamente.
Uma situação que tira os pais do serio é a birra, os
pais que falam muito e não agem acabam não tendo bons resultados nessa situação. É importante lembrá-los que seu comportamento
educativo tem que ser coerente e consistente, por exemplo: hoje você fala para
o seu filho que ele não pode jogar as coisas no chão, no dia seguinte você tem
que manter essa regra.
O que pode ajudar nesse processo de educar as crianças
é o equilíbrio entre as regras e o afeto, mostrar ao seu filho sempre o que
sente por ele. O cuidado na seleção dos procedimentos punitivos na educação das
crianças faz grande diferença entre crianças seguras, criativas e crianças
amedrontadas e inseguras.
Devemos ter em mente que os pais funcionam como
espelho para a criança, é através de suas condutas que a criança vai criando
sua identidade psicológica e seu modo de agir, ou seja, as crianças aprendem
com os exemplos dos pais. Pais agressivos, que batem, xingam, acabam
proporcionando aprendizagem de condutas inadequadas ao filho.
Para que a criança aprenda a respeitar ela deve ser
respeitada também pelos adultos. São frequentes as situações em que o adulto
não respeita a criança, considerando sem importância o que ela diz, não lhe
dando a necessária atenção.
Uma dica para
evitar a palmada é que os pais conversem com os filhos, orientem sobre aquilo
que é certo e errado, as consequências de agir de determinadas maneiras, e as
melhores formas de se comportar. Mas é mais importante ainda que os pais
forneçam exemplos daquilo que ensinam, porque os filhos observam os pais com
muita atenção e, se os pais agem em desacordo com aquilo que ensinam, caem no
descrédito.
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Referência
Gomide, P. I. C. (2004). Pais ausentes, pais presentes – regras e limites. (3ª ed)
Petrópolis, RJ: Editora Vozes.
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Alessandra Magalhães Paraízo Borges (CRP 09/11136), psicóloga graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), com especialização em
Terapia Analítico Comportamental pelo IGAC (Brasil), cursando especialização
Analítico Comportamental Infantil pelo Instituto Skinner (Brasil). Atende
crianças e adolescentes, com ênfase na Análise do Comportamento.
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