É muito comum nos
depararmos com queixas referentes à qualidade do sono das pessoas em nosso
cotidiano; e em virtude do contexto atual, no que diz respeito à pandemia e
suas consequências para com a humanidade, essa demanda tem se tornado cada vez
mais frequente. Reclamações como “não consegui descansar esta noite”, “demorei
um bom tempo para pegar no sono” são relatos cada vez mais comuns e tais
dificuldades tem gerado impacto significativo na qualidade de vida dessas
pessoas, uma vez que o sono possui papel fundamental no sistema imunológico e
na regulação emocional, estando intimamente relacionado à qualidade de
vida.
Se tratando do cenário pandêmico
atualmente vivenciado, mudanças significativas foram implicadas à rotina dos
seres humanos em suas diferentes culturas, sendo elas: confinamento,
distanciamento das relações sociais, home
office, desemprego,perda de entes queridos, dificuldades financeiras,
limitação de práticas voltadas ao lazer em virtude do fechamento de ambientes
que proporcionam este (restaurantes, clubes, cinemas e etc), dentre outros. Essa
“quebra da rotina”, muita das vezes acarreta em estados emocionais que
comprometem a qualidade do sono, já que, possuir uma rotina desequilibrada,
tende a propagar em uma disfunção deste.
Sendo assim, fica evidente
que, rupturas drásticas em um padrão de comportamento, contexto disfuncional
vivenciado por indivíduos, são alguns dos fatores que, em articulação, tendem a
eliciar dificuldades no ato de adormecer e em todo o período em que o segue. Em
adultos o período de sono pode variar de sete a oito horas, todavia, sabe-se
que há variabilidade individual em relação ao padrão e à necessidade de sono,
porém o que se tem notado é que a condição desse momento encontra-se com
qualidade cada vez mais inferior, podendo posteriormente acarretar em sintomas,
síndromes e transtornos. As síndromes e transtornos mais comuns são: Transtorno
de Insônia, Transtorno de Hipersonolência, Síndrome das Pernas Inquietas, Transtornos
do Sono Relacionado à Respiração, Narcolepsia e Parossonias.Sendo que, de
acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5),
as dificuldades com sono devem ocorrer por pelo menos três noites por semana e
permanecer por pelo menos três meses.
Em vista disso, a baixa
qualidade do sono ou a sua privação pode influenciar no desenvolvimento físico
e mental das pessoas, propiciando o surgimento de irritabilidade, piora na
capacidade de memorização atrapalhando o seu desempenho, falta de energia,
raciocínio lento, concentração reduzida, aumentodo risco de erros e acidentes
não intencionais, mudança de humor, doenças cardiovasculares, diabetes,
imunodeficiência, dentre outros, e caso não tratado, pode afetar
relacionamentos e o progresso na vida acadêmica e profissional do indivíduo.
Não obstante, alguns
hábitos são sugeridos por parte de profissionais a fim de elucidarem bons
costumes por parte da população para que assim, evitem impasses na hora de
dormir, o conjunto desses hábitos recebe o nome de “higiene do sono”, segue
abaixo alguns deles:
-Definir uma rotina,
principalmente no que diz respeito à hora de dormir e acordar;
-Realizar atividades
relaxantes no período noturno;
-Dormir em um ambiente escuro,
fresco, e livre de ruídos;
-Realizar exercícios
físicos em horários distantes da hora de dormir (a estimulação do esforço
físico próximo do horário de dormir pode dificultar o início do sono);
-Não forçar o sono;
-Evitar consumo de bebidas
alcóolicas ou que contenham cafeína na composição, próximo da hora de dormir;
-Evitar fazer o uso da
cama em que dorme para a realização de outras atividades como: comer, fazer
trabalhos acadêmicos, dentre outros;
-Se tratando do contexto
pandêmico, evitar ficar sobrecarregado de notícias negativas que perpetuam
ansiedade e estresse;
-Evitar o uso de aparelhos
eletrônicos antes de dormir (a luz azul produzida por esses dispositivos
interfere nos processos naturais de promoção do sono, dificultando o
relaxamento).
Diante dos fatos acima mencionados, percebe-se a importância de se manter uma qualidade significativa do sono e que, perante os fatos biológicos, psicológicos e sociais, se faz necessário ter um olhar mais atento para com os sintomas evidenciados para que se possa tratá-los de forma precoce evitando, assim, um agravamento da situação. Apresentando dificuldades na hora de dormir, procure seguir a “higiene do sono” e em casos de persistência, busque ajuda profissional.
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Autora:
Anny Siqueira Sousa – Estagiária de Psicologia do Instituto Psicologia Goiânia, sob a supervisão do psicólogo Murillo Rodrigues dos Santos (CRP 09/9447).
Eu tenho certeza de que preciso entrar nessa da "higiene do sono",pois, sendo bom para o sono reparador consequentemente vai interferir em todo organismo. Parabéns! Dra. Anna!
ResponderExcluirParabéns Dra. Anny!
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