Estudos mostram que profissionais da saúde atualmente possuem maior
interesse e preocupação na existência da depressão em crianças e adolescentes.
As investigações sobre esse tema começaram a ser trabalhadas a partir da década
de 70. Antes acreditavam que nessa faixa etária a depressão era rara ou que não
existia. Constatou-se então com as pesquisas que é grande e crescente esse tipo
de enfermidade entre crianças e adolescentes. A Organização Mundial da Saúde – OMS estima
que, em 2020, a depressão será uma das maiores causas de incapacidade humana, perdendo
apenas para as doenças cardiovasculares. A depressão traz comprometimento
significativos na vida da pessoa, funções emocionais, sociais e cognitivas,
afetando o desenvolvimento e a vida da criança.
De acordo com o Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-IV), os sintomas básicos da depressão são os mesmos para todas as idades,
porém os sintomas mais comuns em crianças são: irritabilidade, isolamento,
apetite exagerado, fadiga, insônia, choro excessivo, dificuldades cognitivas,
agressividade ou passividade exagerada.
As crianças mais novas (idade até 7 anos) não conseguem descrever e
nomear o que está acontecendo com ela, tornando mais difícil o diagnóstico clínico.
Para isso é necessário que adultos que convivem com essas crianças fiquem
atentos às expressões e comportamentos destas. As principais queixas físicas são:
dores de cabeça e abdominais, fadiga e tontura.
Já as crianças escolares conseguem
descrever os sintomas e frequentemente relatam suas queixas (tristes, irritadas
ou entediadas). Apresentam comportamento antissocial, choros sem motivo
aparente, apatia, comportamento antissocial, perda ou ganho de peso, sentimento
de inutilidade, fobias, medo de morrer, falta de concentração, indisciplina,
ansiedade de separação, dentre outros. Os primeiros indicativos da depressão em
crianças são: o baixo rendimento escolar, isolamento dos colegas e apresenta
expressões tristes.
Os fatores de risco que levam a depressão são: o embotamento afetivo dos
pais, histórico de depressão familiar, separação dos pais, perdas
significativas (pais, irmãos ou amigos), mudança de escola, dificuldade de
adaptação as situações novas, dentre outros. Esses fatores podem ser
responsáveis por desencadear quadros de depressão infantil.
A criança precisa de suporte familiar, um ambiente saudável, onde ela
sinta acolhida, protegida e amada, para conseguir reagir
diante de várias situações, expressar suas emoções e lidar com as dificuldades.
Quando a criança não possui esse suporte ou a família não está conseguindo
lidar com a depressão é necessário buscar ajuda de um profissional. O papel da
psicoterapia é fundamental para ajudar a família a lidar com essa situação,
pois utiliza-se de técnicas e intervenções que contribuem para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas envolvidas.
Referências
Bahls, S. C. (2002) Aspectos
clínicos da depressão em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria. (p.
359-364).
Schwan, S. e Ramires, V. R. R. (2011) Depressão em crianças: Uma breve
revisão de literatura. Curitiba. Psicol. Argum. (p. 457-468).
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Imagem: Extraída do Google Imagens
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Sobre a autora:
Mylena Moreira Melo, Psicóloga (CRP 09/11177) graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), psicoterapeuta de crianças,
adolescentes e adultos, atua com ênfase na Psicologia Comportamental.
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