Você saiu da faculdade, mas a
faculdade não saiu de você: sem grana, reclamando de tudo, sem dinheiro para
comprar uma coxinha e a Xerox que antes parecia ser tão cara nem se compara com
o tamanho dos investimentos que você tem que fazer para começar a carreira?!
Este texto é pra você!
Você se formou, pegou o diploma,
ficou inspirado, encheu o peito e disse “sou psicólogo”! Foi até uma unidade de
atendimento do governo, fez aquela carteira de trabalho marota, com as páginas
branquinhas que nunca viram a tinta de um carimbo, e saiu entregando currículos
que você não sabe se vão ser analisados ou se vão direto para a lixeira... é
como diria um filósofo popular: “A vida é um cão de saia”.
Sabe qual é o problema? Iguais a
você existem outros milhares no mercado de trabalho! Não é apenas o mercado da
psicologia, mas todos os cursos de graduação estão inchados no país: advogados,
médicos, administradores, enfermeiros, estão todos comendo o pão que o tinhoso
amassou com o rabo. É para desesperar? Sim! Afinal de contas, viver de amor é
bom, mas ele não paga as nossas contas.
Você não sabe, mas talvez tenha
sido condicionado à desistir da psicologia. Sim, por uma série de fatores,
talvez conscientes ou inconscientes, você vá se deparar com uma série de
dificuldades para o qual não foi preparado, ou até mesmo para as quais foi
desestimulado durante a graduação: quem nunca teve aquele professor que disse
que “psicologia não dá dinheiro”?! Claro, que não, pois quem dá dinheiro é mãe,
mas em psicologia nós temos que nos esforçar para fazer ele.
É por conta disso que eu quero te
mostrar alguns pontos pelos quais eu afirmo que muitos psicólogos foram
condicionados à pobreza, ou mesmo à infelicidade porque não acreditam ou não
sabem que podem dar certo fazendo aquilo para o qual se formaram.
Ponto 1: Falta estratégia
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Imagem extraída do Google Imagens |
Imagine que você tenha uma loja
de sorvetes, você não irá muito longe com ela se não souber montar seu
cardápio, conhecer seu público, saber precificar seus produtos, saber fazer sua
gestão financeira, conhecer a região em que está, saber as preferências e os
dias mais propícios para vender. Cara, se isso é tão óbvio no comércio, porque não
é pra psicologia?! Meu, parece que a gente vem de uma profissão de Carmelitas
Descalças ou de Franciscanos (nada contra, pessoal) que não consegue pensar em
como ter uma vida financeira saudável.
Se você é psicólogo e nunca
pensou na sua estratégia, volte duas casas e tente novamente, você precisará
rever seus conceitos. Mas o problema é que, como eu disse, você nunca aprendeu
isso na faculdade... e nem iria...
Ponto 2: Falta segurança
Suponhamos que ainda que você tenha um pouco de estratégia, você até consegue captar meia dúzia de clientes, mas percebe que eles não ficam muito contigo e que a sua taxa de retenção de clientes é muito baixa: o que está acontecendo?
Em minha experiência acompanhando
psicólogos em sua integração no mercado de trabalho, na maioria das vezes falta
SEGURANÇA... Essa palavra também me lembra daquela propaganda de carros que o
rapaz cantava: “Você precisa de alguém,
que te dê segurança, senão você dança, senão você dança” and that’s it! Ladies and gentlemen,
all you need is SEGURANÇA!
A falta de segurança, por sua
vez, não vem sozinha, ela é fruto ou está acompanhada do ponto número 3...
Ponto 3: Falta conhecimento
Sim, muitos psicólogos chegam despreparados
ao mercado de trabalho: seja na clínica, na psicologia organizacional, na
psicologia hospitalar, na comunitária ou onde quer que seja. E o que essa
galera geralmente faz? VAMOS PROCURAR UMA PÓS-GRADUAÇÃO!
Cara, na boa, uma pós pode te
ajudar bastante, mas ela vai te tornar um ESPECIALISTA em um assunto que você
já sabe! Se você não domina um assunto, dificilmente uma pós-graduação irá
tapar os buracos de sua formação: digo isso porque, infelizmente, conheço
muitos psicólogos que são especialistas, mas que possuem sérias dificuldades
teóricas e práticas.
Este tipo de problema geralmente
é crônico e acontece, como diria Paulo Freire, por conta de uma educação
bancária: você põe a bunda num banco de faculdade e fica 5 anos escutando,
escutando e escutando, como se você fosse um cofrinho de conhecimento que vai
acumulando moedinhas de sabedoria... mas o problema é que não é assim que as
coisas funcionam, pois se você não usa ou constrói o conhecimento, o que você
escutou vai entrar, via de regras, por um ouvido e sair pelo outro.
Nós escutamos uma centena de
conceitos e teorias na faculdade, mas dominamos muito pouco até mesmo aquelas
teorias que dizemos serem “nossa abordagem”. Sempre precisamos estudar e nos
atualizar, e corrigir este erros.
Ponto 4: Faltam contatos
Um dos pontos cruciais que é
problemático em nossa profissão é que somos muito individualistas: sempre temos
medo da concorrência, não ajudamos muito uns aos outros, e trabalhamos
geralmente isolados.
Seja na clínica, na consultoria,
ou onde quer que seja, precisamos aprender a trabalhar com outras pessoas, e
entender que o impacto profissional se faz na medida em que mais pessoas se
ajuntam e conseguem trilhar novas estratégias e mercados. Então... saia da toca
amigo!
Dizendo tudo isso para finalizar
no ponto seis...
Ponto 6: Falta know hown
Sim, a psicologia tem mudado
bastante o seu perfil no país... a última geração de psicólogos, dos últimos
dez anos para cá, tem visto a psicologia ficar cada vez mais jovem! Em menos de
uma década, a porcentagem de psicólogos com menos de 30 anos ultrapassará os
50% com facilidade, o que faz com que tenhamos gente cada vez menos experiente
no mercado, seja em psicologia ou em qualquer outra coisa.
Somos de uma geração que já
conseguiu conquistar algumas vantagens à de nossos pais: a maioria deles pode
nos sustentar até formarmos, porque eles sabiam como é difícil trabalhar e ter
que estudar... então fomos muito preservados e acabamos por entrar no mercado
de trabalho com 24, 25 anos, sendo que nossos pais, aos 16 anos de idade já
estavam na lida, e nossos avós, em épocas mais precárias e geralmente em
contexto rural, já capinavam roças aos 11 ou 12 anos... “Ain Murillo, quer dizer que você é a favor do trabalho infantil?!”
(Cara se você pensou isso tu deve ter problemas de interpretação de texto!)...
o que eu quero dizer é que nossa geração aprendeu um pouco mais tarde a ralar e
a enfrentar as agruras do mercado de trabalho, e precisa ainda desenvolver
muita resiliência e outra série de habilidades para vencer na vida.
A tendência de uma geração é
melhorar sempre mais após a outra, mas fica a minha pergunta: você já conseguiu
se encontrar diante desta saroba
toda? Se não, reflita se deve se preocupar ou não... Mas é preciso fazer alguma coisa para romper com suas dificuldades profissionais e com os condicionamentos que fizeram seus pensamentos, sentimentos, atitudes ficarem estagnados como estão hoje!
Eu não quero vender fórmulas mágicas
pra você, mas se você quiser aprender um pouco mais sobre como superar estas
dificuldades... clique neste link e conheça nosso programa Start’Upsi.
Enfim, se você gostou deste
texto, deixe seu comentário e compartilhe nas suas redes sociais, quem sabe ele
não pode ajudar um amigo gerando uma reflexão construtiva em sua vida.
Abração e boa sorte!
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Murillo Rodrigues dos Santos,
psicólogo (CRP 09/9447) graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás
(Brasil), com formação em Terapia de Casais e Famílias pela Universidad
Católica del Norte (Chile). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de
Goiás (Brasil). Possui formações em Gestão, Empreendedorismo e Políticas pela
Fundação Getúlio Vargas (Brasil), Fundación Botín (Espanha), Fondattion
Finnovarregio (Bélgica), Brown University (EUA) e Harvard University (EUA).
Diretor do Instituto Psicologia Goiânia, psicólogo clínico e organizacional.
Foi muito assertivo no que disse.Adorei o texto.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário! :)
ExcluirLegal! Gostei do texto. É um assunto que discuto em minha análise, enquanto psicóloga recém formada. Bem pontual o assunto! ;)
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